Belém é a porta de entrada para a região amazônica, mas ela já foi a cidade mais europeia da América do Sul!
Pouca gente sabe que, durante muito tempo, ela foi chamada a “Paris na América”! Era a época áurea do período da borracha, no final do século XIX e início do XX!
Hoje a cidade faz 400 anos! (fundada em 1616)
Dá para imaginar que a elite mandava lavar as roupas na Europa ??
Chique, ne????
Começamos o nosso dia em Belém visitando a Basílica Santuário Nossa Senhora de Nazaré que foi a quarta igreja construída no mesmo local onde a imagem da virgem foi encontrada. A primeira capelinha data do século XVIII e ela levou aproximadamente 45 anos para ser decorada do jeito que está hoje. Você vai se surpreender com a riqueza e a beleza de cada detalhe.
Apenas para dar uma idéia do que vai estar diante dos seus olhos: os italianos trouxeram o mármore de carrara, os artistas florentinos as pinturas e afrescos, os espanhóis trouxeram os estuques (esculturas em gesso/argamassa), os franceses os vitrais e a nós, brasileiros, coube a madeira de lei da amazônia no teto, as portas de ferro e a mão de obra local. Um conjunto que realmente impressiona.
No Centro do altar, está, numa redoma de vidro, a imagem da Santa de 28 centímetros e, pode acreditar, as esculturas dos anjos brancos ao redor da imagem pesa mais de 12 toneladas e são em mármore de carrara!
Entrar na Basílica durante uma missa e ouvir o órgão tocando foi uma emoção à parte. Vou apenas dizer que Marcelo, que diz não ser católico, encheu os olhos de lágrimas … A atmosfera é de paz.
Do lado de fora da igreja tem uma lojinha de artigos religiosos muito interessante, onde podemos levar uns souvenirs e até personalizar o manto da virgem do jeito que quisermos.
De lá fomos até a feira do Ver-o-Peso, que é a maior feira ao ar livre da América Latina. Sem dúvida é um dos lugares mais incríveis de Belém. Tem que ver de perto as cores da feira, seus aromas inesquecíveis e seus sabores deliciosos. A dica é ir de roupas leves, filtro solar e chapéu, pois o sol e o calor castigam!
Dizem até que no verão do Pará o urubu do Ver-o-peso voa com uma asa só, pois a outra ele usa para se abanar…!
E quando a temperatura marcar um grau, pode acrescentar mais 5 graus que vc não vai errar…
Na Feira, as pessoas (inclusive e principalmente os belenenses) vão tomar o açaí com peixe! Muito diferente do açaí com açúcar e granola que estamos acostumados.
O sabor é forte e incrivelmente combina! Depois de comprar farinhas, castanhas do pará, bombons trufados de vários sabores, saches de incenso e óleos concentrados de patchouli e cheiros do pará, polpa de cupuaçu e de bacuri, fomos para o mercado do peixe.
O mercado do Peixe é um cartão postal da cidade, feito de ferro, pintado de azul, na beira da baía do …. . Ali, por volta das 4 da manha, os barcos se aproximam trazendo todos os peixes frescos e típicos que vão para o prato do paraense.
A Igreja da Sé, de onde sai o Círio, também é lindíssima e ao chegarmos presenciamos a chegada da procissão dos padres, em virtude do dia mundial da santificação dos sacerdotes.
Para nossa sorte, estava tocando o órgão francês Cavail’coll. Este simplesmente é o único que ainda funciona aqui no Brasil. Este órgão toca apenas aos domingos e a igreja fica lotada!
Do outro lado da rua, tem uma pracinha muito bonita e o Forte do Castelo de Belém, que é um dos mais procurados pontos turísticos da cidade, por sua localização privilegiada e seu sentido histórico. Integrante do complexo arquitetônico e religioso da cidade velha, a Feliz Lusitânia.
Marcelo está na minha mira… um passo em falso e …. kkkkkk
Uma vez por ano tem um festival chamado “Ver-o-peso da Cozinha paraense, onde vários renomados chefs do mundo inteiro vão para a feira e abusam dos sabores e opções do Pará. A idéia foi colocada em prática pelo chef Paulo Martins do restaurante Lá em Casa”. Atualmente o festival é um sucesso e o restaurante fica nas Docas de Belém e depois do falecimento do Paulo, sua filha assumiu a herança do pai. Outra coisa interessante é que este restaurante oferece um menu degustação que contem um pouco de tudo da comida paraense para um turista experimentar. O valor individual é 69,00 reais e o casal paga 120,00.
A tarde fomos ao Parque Mangal das Garças: um parque ecológico muito bem estruturado, à margem do Rio Guamá. Lá temos uma pequena amostra grátis da exuberância da Amazônia.
Lá, visitamos o borboletário, e além de lindas borboletas, podemos observar as vitórias régias (planta muito típica da região) e uma raia pintada de branco e preto.
Ainda no parque entramos no viveiro dos pássaros e para minha surpresa, encontrei não só o Pacú, como suas fezes. Os amantes de café sabem que é através das fezes deste pássaro que se obtem um dos cafés mais ricos e caros do mundo… Claro que não podia faltar uma foto com este pássaro tão sofisticado, de dejetos tão preciosos, né?
Soltos no parque, passeamos ao lado de guarás, que são pássaros de cor vermelho vivo típicos da Ilha do Marajó e também flamingos que estranhamente se equilibram naqueles gravetos de patas…
A tarde tem 2 horários de alimentação das garças (15 e 17:30h) e uma dica neste encontro é ficar junto do funcionário com a bandeja de peixes frescos: elas vêem de todo o parque e vê-las voando ao seu redor e em sua direção é incrível!
Ainda no Mangal, você pode caminhar até o píer de madeira e atravessar um caminho de anhinga, que é uma planta muito típica e importante para manter o equilíbrio da flora ribeirinha. As anhingas se prendem de uma forma tal ao solo de argila que evita que as águas dos rios levem o solo causando erosão.
Por último ainda tem a atração de uma estufa de vidro de venda de artesanato, o museu da navegação e a famosa torre panorâmica, onde você paga 5 reais para subir os 27 metros de elevador (não tem a opção de subir pela escada – ela é apenas de emergência) e ter uma bela vista da cidade e do rio. Pode deixar a torre por último pois ha uma grande chance de ver um lindo por do sol no rio !
O restaurante do Mangal chama-se Manjar das Garças e oferece um cardápio delicioso, com várias opções da culinária paraense. Provei e me deliciei com o peixe filhote assado com crosta de amêndoas e risoto de jambu! E Marcelo pediu o Arroz de pato com aspargos e lingüiça portuguesa! Sinceramente, comeria de novo AGORA!!!!
Um tour pela cidade com o guia Guilherme Martins é inigualável. Ele sabe tudo da cultura, arte e história de Belém e vai muito além de um bom profissional. É de uma simpatia e de uma sensibilidade para entender a expectativa do cliente, difíceis de serem encontradas hoje em dia.
O contato dele: 91-988671933 ou 91-982746183. E-mail: Guilherme_martins2@hotmail.com